Do clássico ao contemporâneo. Professores renomados em
todo o país ministram atividades formativas na Escola Municipal de Dança e na
Usina Cultural
Ao
longo da semana, o Festival de Dança de Londrina oferece a profissionais e
interessados em geral oito oficinas de formação cênica, que contemplam desde
estilos tradicionais a modalidades de dança contemporânea. Ao contrário de
outros eventos nacionais que dão ênfase quase exclusiva ao caráter artístico da
programação ou à competitividade das mostras, o Festival de Dança de Londrina
investe nas atividades didáticas como um de seus eixos principais de atenção. O
objetivo é de promover o intercâmbio, a preços acessíveis, entre interessados
locais e nomes consagrados do cenário nacional. Alguns professores vêm a
Londrina unicamente para a programação formativa, de maneira a tornar a cidade
um celeiro para novos talentos da dança.
Nesta
segunda-feira (6), começam os cursos de “Balé Clássico”, “Jazz” e “Danças
Brasileiras”. Também integram a programação as oficinas de “Criação do Gesto”,
“Dramaturgia na Dança”, “MAE (Mandala de Energia Corporal)”, “Dança Indiana” e
“Dança Flamenca”. As aulas da programação didática prosseguem até o dia 10 de
outubro, próxima sexta-feira.
Programação
Para
quem já tem experiência intermediária ou avançada nas artes da sapatilha, essa
é chance de conhecer e se aperfeiçoar com um dos
maiores e mais respeitados nomes da dança clássica brasileira, Toshie Kobayashi, de São Paulo. Nas
oito horas da oficina “Balé Clássico”,
ela detalha técnicas sofisticadas de pontas, além de abordar tópicos que abrangem
do demi-plié ao grand-battement. O alinhamento, o deslocamento cênico e a
musicalidade também são contemplados. De 6 a 10 de outubro, das 14 às 15h30.
Vagas já esgotadas.
“Jazz”,com
Jhean Allex, de São Paulo, explora a
diversidade e as novas tendências do estilo, com ênfase no trabalho de
alongamento, força e flexibilidade. São aplicados também exercícios de solo,
ritmo e coordenação. Professor e bailarino, Allex tem passagens por companhias
de peso em âmbito nacional, como a Raça e o Balé Castro Alves. De 6 a 10 de
outubro, das 15h30 às 17 horas.
Oficina JAZZ - com Jhean Allex - foto de Gabriela Ângelo |
Marina
Abib, de São Paulo, integrante da Cia. Soma, ministra a oficina “Danças Brasileiras”. Passeando com
desembaraço entre manifestações populares e tradicionais, Abib apresenta,
discute e exercita as chamadas “brincadeiras dançadas”, que fazem parte do
imaginário nacional. Os participantes da oficina experimentam ritmos e passos
já consolidados para, a partir daí, construir sua própria leitura do conjunto.
A ideia é seguir um viés contemporâneo de tratamento de conteúdos coreográficos
tradicionais. Dias 6 e 7 de outubro, das 15 às 19 horas.
De
Minas Gerais vem a convidada Suely
Machado para comandar a oficina “Criação
do Gesto”. Diretora do prestigiado grupo mineiro Primeiro Ato, ela discute
com os participantes perspectivas da dança contemporânea, sensibilizando-os
para a consciência corporal e a capacidade de escuta. São encenados jogos e
exercícios que estimulam o ritmo, a concentração e participação do indivíduo no
espaço coletivo da dança. Dias 7 e 8 de outubro, das 14 às 18 horas.
Valéria
Cano Bravi, também de São Paulo, é a responsável pela oficina “Dramaturgia na Dança”, que aborda a
fisicalidade sob as perspectivas história e antropológica do corpo. Optando por
laboratórios práticos, Bravi explora a relação espaço-corpo-tempo pela ótima
dramatúrgica. Entre as reflexões em destaque na atividade estão os embates
entre tradição e contemporaneidade, a articulação entre o pensar e o fazer das
danças como sistemas de significação mitopoética, a diversidade das
corporeidades no Brasil, a estética do corpo, autoria e composição
coreográfica. De 8 a 10 de outubro, das 16h às 18h50.
A oficina “MAE – Mandala de Energia Corporal” está cargo de uma das mais
interessantes performers do cenário contemporâneo, Maura Baiocchi, de São Paulo. Ela apresenta aos participantes
noções iniciais do MAE, prática bussolar no taanteatro, como é conhecido o
teatro coreográfico de tensões. A técnica se destina ao aperfeiçoamento do
potencial comunicativo corpóreo do dançarino, sendo aplicada na criação e
análise da encenação. O MAE também articula tensões entre corpo, sujeitos ou
objetos ao redor e o universo sócio-político-cultural do qual fazem parte
artista e público. Dias 9 e 10 de
outubro, das 15 às 19 horas.
“Dança
Indiana” é a oficina sob o comando de
Andrea Albergaria, de São Paulo. Ela
ensina aos inscritos passos de uma das danças mais antigas do mundo, o Odissi.
Baseado na geometria corporal e espacial, o estilo propõe a interligação entre
movimento e vocalização, por meio do uso sílabas e versos hindus clássicos. A
primeira parte das atividades é voltada às saudações e uma introdução histórica
ao contexto indiano, além de exercícios de aquecimento e percepção dos
círculos, quadrados e triângulos corporais. Na segunda parte, haverá exibição
de um documentário sobre a dança Odissi e a discussão a respeito da evolução
técnica dos passos ao longo do tempo. A oficina é voltada a qualquer
participante acima de 14 anos, mesmo sem experiência prévia. Dias 8 e 9 de
outubro, das 13h30 às 15 horas.
O
paranaense Michel Cássin ministra a
oficina “Dança Flamenca” tanto para
quem já tem alguma familiaridade com o estilo quanto para interessados em
geral. Os passos básicos, técnicas de sapateado, modulações rítmicas e a formas
de movimentação de mãos e braços serão vistos por meio de exercícios práticos,
acompanhados de uma discussão teórica que interliga os detalhes coreográficos
às regiões espanholas onde os trejeitos surgiram. Destaque para as sevilhanas, dança típica da antiga
Andaluzia, e para as alegrías, ritmo
de Cádiz. A oficina, iniciada neste domingo, prossegue nos dias 6 e 7, das
18h30 às 20 horas.
Valores e locais
O investimento em cada oficina é de R$ 30. Há pacotes
promocionais para alunos que cursarem mais de uma atividade: R$ 50 para duas
oficinas e R$ 60 para três oficinas. Apenas o curso de Balé Clássico não faz
parte da promoção e tem valor único de R$ 50. Quem quiser apenas assistir a uma
oficina, sem fazer parte dos exercícios, pode se inscrever na categoria de
ouvinte, com investimento de R$ 10. O pagamento é efetuado no momento de
entrega da ficha de inscrição. Vagas limitadas e definidas por ordem de
chegada.
Todas
as oficinas acontecem na Escola Municipal de Dança (Av. Souza Naves, 2380), exceto a MAE - Mandala de Energia Corporal, ofertada
na Usina Cultural (Av. Duque de Caxias, 4159).
Informações: (43) 3342-2362.
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