Festival de
Dança de Londrina apresenta espetáculo maringaense sobre um dos maiores
norteadores da experiência humana. Coreografia é assinada por bailarino do
Ballet de Londrina. Festival tem patrocínio do PROMIC
Todos os dias, o
homem deve escolher como gastar os 86.400 segundos disponíveis nas próximas 24
horas. Precisa também carregar sobre ombros o saldo dos anos anteriores e
estimar o período necessário aos planos futuros. Dos calendários dependem a
experiência e o porvir. Olhando atentamente, talvez não haja no mundo algo que
comporte mais significados que a palavra tempo. É o que discute o Ballet Nara
Dutra-Companhia Erastos, de Maringá, no espetáculo “Quanto Tempo o Tempo Tem?,
na programação do Festival de Dança de Londrina 2014, nesta terça, dia 7, às 20
horas no Circo Funcart.
Foto Isa Dantas |
No palco, alternam-se
quatro coreografias, estruturadas em dois eixos principais. No primeiro, são
tratados aspectos relacionados à circularidade, à repetição e ao caráter
infinito do tempo. No segundo, o tema é abordado sob a perspectiva dos ciclos
vitais, com ênfase nos processos de gestação, nascimento e primeira infância. Em
grande parte, “Quanto Tempo o Tempo Tem?” foi inspirado nos meses iniciais de
vida do primeiro filho do coreógrafo, Cláudio de Souza.
Na montagem, o
espectador vai ouvir sons característicos do útero materno e o ritmo cardíaco
do bebê que inspirou o espetáculo. Início e fim, no entanto, não são
equivalentes de fato na apresentação. O fluxo corriqueiro da vida humana é
renegado e a morte, fim inevitável de todo tempo individualmente disponível, é
tratada não como ponto final, mas como possibilidade de transformação e
renascimento. “Eu quase segui pelo caminho do fim, mas preferi um desvio para
retratar o renascer, via casulo”, explica Cláudio. Em boa medida, uma metáfora
sobre como as horas de cada homem se perpetuam no período de vida de seus
descendentes.
Foto Isa Dantas |
As possibilidades de bom aproveitamento do
tempo também são parte da montagem, que envereda pela retratação ora tediosa e
hedonista da rotina. O quinteto repetição-pausa-silêncio-escuridão-luz pontua
boa parte do espetáculo, instigando o público a compreender o tempo sob
múltiplas perspectivas sensoriais. A direção da montagem é de Nara Dutra.
Quanto
tempo o tempo tem?
Ballet
Nara Dutra/Cia Erastos
(Maringá)
Dia: 7 de outubro (terça-feira)
Horário: 20 horas
Local: Circo Funcart (Av. Souza Naves, 2380)
Duração: 45 minutos
Classificação indicativa: Livre
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia)
Ficha
técnica:
Direção: Nara Dutra
Coreografia: Cláudio de Souza
Elenco: Ana Maria Ceolin, Amanda
Baretta, Evelin Coelho, Fernanda Theodoro, Isadora Prado, Loraine Dutra e
Marcely Bressan
Iluminação e operação: Samara Azevedo
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