quinta-feira, 21 de junho de 2012

Ballet de Londrina no Festival Internacional de Lima - Danza Nueva


Diretor do Ballet de Londrina e o desafio da criação

Companhia Ballet de Londrina abre portas para grupos brasileiros na América da Sul. Pela sexta vez, o elenco londrinense se apresenta no Peru

A dança contemporânea  passa por um estágio dramático em que coreógrafos e grupos vivem no limite entre a originalidade, apesar de preservarem  em cada espetáculo a linguagem e a marca que os tornam reconhecidos. Um privilégio de poucos.

O diretor Leonardo Ramos e a Companhia Ballet de Londrina representarão essa elite da dança contemporânea brasileira no Festival Internacional Dança Nueva, no Peru, de 24 a 30 de junho.

O grupo  londrinense embarca pela sexta vez para o evento, realizado pelo Instituto Cultural Peruano Norte-americano (ICPNA), um dos centros peruanos de dança contemporânea mais importantes, promovendo uma programação intensa durante um mês em que, tradicionalmente se apresentam, como convidados quatro grupos. Além do Peru, Brasil, México e Estados Unidos.

A coreografia de estreia do Ballet de Londrina no  festival, “Elogio”, apresentada em 1997, abriu as portas não só para o reconhecimento do trabalho de Ramos e da consistência do elenco londrinense que, tradicionalmente forma em sua escola bailarinos, como Anderson Braz, que hoje é diretor de uma das mais importantes companhias do mundo, a israelense Maria Kong, mas também para grupos paulistas, goianos e do nordeste.

“Desde que nos apresentamos pela primeira vez, o curador do festival, Fernando Torres, nos convida e, pelo menos a cada dois anos, participamos do evento. É o tempo estreia de um espetáculo e outra. O público já tem uma referência e acompanha a evolução do nosso trabalho em coreografias como ‘Decalque’, ‘Para Acordar os Homens e Adormecer as Crianças’ e agora ‘A Sagração da Primavera’”, comenta Ramos.

O grupo londrinense, que já alimentou polêmicas em torno de coreografias, como “Nunca”, atrai a atenção do público peruano, que lota as apresentações, mas também da crítica sempre favorável.

O ano de 2012 é excepcional para a companhia londrinense, que fará a segunda viagem internacional. A primeira foi para a França e, logo que voltar do Peru, embarca para turnê pelo Nordeste.
Ramos destaca que, tradicionalmente, os espetáculos do festival peruano são assistidos por representantes de embaixadas. O que pode representar contatos para futuras apresentações em outros países, como os EUA, que também faz parte da programação.

“Realizaremos oficinas de dança, mostrando o nosso processo de trabalho, como já fizemos na França e na África, onde já nos apresentamos. Faremos ensaios abertos  para a imprensa, conversas com jornalistas, o que é um processo importante para que conheçam a nossa linguagem”, observa o diretor.
Foto MarijnAlders_SagracaoDaPrimavera

O Ballet de Londrina é reconhecido justamente por sua linguagem que, apesar de não ser inovadora é singular porque é de Londrina, uma cidade que, com o trabalho da Funcart, que mantém a Escola Municipal de Dança, berço de muitos bailarinos que passaram pela companhia, está formando uma tradição na arte.
O grande desafio é manter-se sempre original dentro da  linguagem  num cenário dramático da dança, que carece de inspiração e transpiração para a excelência.

“É o nosso grande desafio. Conservar a marca, a linguagem e não ser repetitivo. Suzanne Link afirmou que um criador levava 10 anos para se repetir e que isso passou a acontecer em 1 ano. Ela disse isso há uma década, quando não tínhamos a velocidade de informações que temos com a internet e outras tecnologias, o que torna ainda mais comum a repetição”, comenta Ramos.
MarijnAlders_SagracaoDaPrimavera

Sempre em ebulição, a criatividade do diretor também está na expectativa de concretizar um projeto do curador do Festival Internacional Danza Nueva, Fernando Torres, que convidou o diretor londrinense para dirigir um espetáculo no Peru. Enquanto isso, Ramos trabalho em sua nova montagem, que deve estrear no segundo semestre.

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