Clássico
do teatro brasileiro marca estreia de novos atores formados pela EMT
Entre o bem e o mal, os homens, lançados ao próprio
destino no sertão de Aruano Suassuna. Condenados a prestação de contas num
tribunal presidido por Deus e o diabo, contam com a misericórdia divina em O
Auto da Compadecida. O clássico do teatro brasileiro é o espetáculo de
formatura dos alunos da Escola Municipal de Teatro (EMT). A estreia será sábado
(22), às 17 horas, no pátio da Funcart, com reapresentação no domingo (23).
Escrita em 1955, a peça do autor paraibano, diverte o
público com temas universais, como a avareza, mentira e, a exemplo de outros
autos, não escapa de um final moralizante, através das aventuras da dupla João
Grilo e Chicó para se livrar das enrascadas que se mete.
A direção do espetáculo é de Luiz Eduardo Pires, que fez uma
adaptação do texto para a rua. A montagem apresenta os 14 alunos que se formam
na turma 2012 do curso de teatro noturno.
O ritmo de preparação do elenco, desde o começo do ano,
incluiu técnicas circenses ministradas por Dan Bueno.
Por sua vez, o texto de Suassuna não poupa críticas
sociais a uma religiosidade falsa, a exploração dos mais fracos, representada
pelo sertanejo nordestino, em uma sociedade dominada pelos coronéis.
“A nossa montagem foge um pouco do tradicional. Não é uma
comédia totalmente escrachada, mas o texto de Suassuna oferece críticas sociais
e morais que, se formos ver ao pé da letra, é para sentar e chorar. Mas, o
autor usa do recurso da comédia para falar tudo isso com mais leveza”, comenta
o diretor da peça.
Contra o poder e a opressão que o auto questiona, o homem
simples, que somente tem uma arma: a
astúcia representada em João Grilo e Chicó, que no enredo morrem e enfrentam o
tribunal de Deus, tendo como acusador o diabo em pessoa, chifres e catinga.
Nessa hora só lhes resta um pedido: “Valha-me Nossa
Senhora”, a intercessora que tentará com todos os argumentos possíveis, livrar
os réus da pior condenação.
Pires afirma que na montagem da EMT, os personagens são
menos caricatos, como ficaram conhecidos na versão do cinema.
“Em nosso trabalho com alunos da Escola Municipal de
Teatro,eu resolvi tirar dos personagens as características do estereótipo do
nordestino. Quebramos isso tanto no bispo, como no sacristão e no próprio
sertanejo”, comenta o diretor. A montagem tem patrocínio do Programa Municipal
de Incentivo à Cultura (Promic). Realização Funcart.
Ficha
técnica:
Direção:
Luiz Eduardo Pires
Figurino: Ana
Carolina Ribeiro
Preparação
de técnicas circenses: Dan Bueno
Texto:
Ariano Suassuna
Coordenação
EMT:
Silvio Ribeiro
Elenco:
Ana Cláudia Marinho
Bárbara Carvalho
Bárbara Guizelini Koahatsu
Carolina Hitel
Gildenilson Albuquerque
Jeniffer Beadovox Viana
José Henrique
José Motta
Julia Mansur
Karoleen Prudente
Marilsa Miranda
Rafael Batilani
Rodolfo Marques
Scarlet da Silva
Serviço:
peça
O Auto da Compadecida
Quando: 22, 23, 29 e 30 sábado e domingo
Horário: 17
horas
Onde:
Pátio da Funcart
Ingressos:
gratuito
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