Ballet de Londrina leva a Maringá
programa em que une dois dos espetáculos de maior sucesso de sua trajetória.
Obras propõem coreografias para música de Piazzolla e Stravinsky
Potência
e vigor são características comuns aos dois espetáculos que o Ballet de
Londrina apresenta em Maringá na próxima quarta-feira (11/jun), às 20h30, no
Teatro Reviver (Av Cerro Azul - Zona 02), com entrada gratuita.
As semelhanças, entretanto, não vão além. A ideia do diretor Leonardo Ramos foi
reunir no mesmo programa duas obras intervaladas por 15 anos e que evidenciam o
amadurecimento da linguagem do grupo. As escolhidas: “... à Cidade” e “A
Sagração da Primavera”.
Foto Mariana Hertel e Fabio Alcover |
“...
à Cidade”, coreografia original de 1996, foi remontada no fim do ano passado
para uma grande apresentação comemorativa de 20 anos da companhia. Ela reproduz
nos corpos dos bailarinos o vibrante movimento urbano, ao som do bandoneon de
Astor Piazzolla. Tudo é energia nesta composição: personagens que despencam de
tecidos suspensos, lances acrobáticos, o grito ensurdecedor de uma bailarina. O
cotidiano da metrópole pulsa em formações predominantemente coletivas e com
diagonais bem demarcadas.
Foto Mariana Hertel e Fabio Alcover |
O
efeito de velocidade se dá, na coreografia, pela multiplicação de imagens que
acontecem paralelas e que embaralham as vistas do espectador. “Na década de 90,
era o início da difusão da internet, da linguagem cortada do videoclipe, e este
caos está no espetáculo. O público gosta de rever para conseguir captar o
máximo de detalhes”, conta Leonardo Ramos. Para ele, é como se o espectador observasse
a cidade a partir da janela de um veículo em movimento.
Já
“A Sagração da Primavera”, que estreou em 2011, se mantém no repertório pelo
sucesso contínuo desde então. A releitura londrinense da obra do compositor
russo Igor Stravinsky joga luz sobre a violência primordial do homem e dos
ciclos da natureza. O diretor conserva a trama original – uma mulher que é
escolhida entre as virgens para ser sacrificada e oferecida aos deuses em prol
da fertilidade agrícola – mas inova na forma de representar coreograficamente a
história. Movimentos agressivos e rentes ao chão contornam o jogo de perseguição
dos mais fracos pelos mais fortes.
“Os
dois trabalhos têm uma energia muito forte, mas é interessante notar como fomos
deixando de lado, com o tempo, tudo o que não é movimento, a ponto de termos em
‘A Sagração da Primavera’ um palco praticamente limpo. Executamos a música
dificílima de Stravinsky sem precisar de mais nada além da dança, sem depender
de apoios como cenários e figurinos elaborados”, analisa Ramos.
Na
concepção do diretor, as duas montagens, quando colocadas lado a lado, oferecem
um retrato estético da história do Ballet de Londrina. “O público terá uma
oportunidade única: confrontar dois momentos importantes e muito específicos da
companhia. São trabalhos com muitas diferenças, que mostram que, na década de
90, já existia qualidade e que ela foi se somando a uma singularidade”.
Ramos
também se refere à passagem dos movimentos verticais, mais convencionais e que
caracterizavam a primeira fase, ao desenvolvimento de coreografias
horizontalizadas, que impulsionaram os bailarinos a buscarem novos eixos de
equilíbrio e sustentação. Tal estética atinge o seu ápice em “A Sagração...” e é
considerada pela crítica como marca do Ballet de Londrina na dança brasileira.
Este
programa, ao colocar em revisão as duas linguagens, fez com que o grupo
adaptasse seu treinamento e retornasse a antigos exercícios de preparação. “Os
espetáculos exigem lógicas corporais muito distintas e, mesmo para os
bailarinos mais antigos, é muito difícil dançar na vertical. Tornamo-nos
especialistas naquilo que fazemos e precisamos ampliar nossas especializações”,
diz Leonardo. Além dos ensaios de “...à Cidade” e “A Sagração da Primavera”, o
Ballet de Londrina atualmente também dedica-se à elaboração de nova montagem
que estreia neste segundo semestre.
Renato Forin Jr. - Assessoria de Imprensa
Serviço:
“...à Cidade”
e “A Sagração da Primavera”
Ballet de
Londrina (PR)
Dia
11 de junho (quarta-feira)
Às
20h30
No
Teatro Reviver ( Av Cerro Azul - Zona 02)
GRATUITO
Ficha técnica geral:
Direção geral/coreógrafo:
Leonardo Ramos
Direção de produção: Danieli
Pereira
Direção técnica: Roberto
Rosa
Ensaiador: Marciano
Boletti
Assessoria de imprensa: Renato Forin Jr.
Web: Claudio de
Souza
Elenco Ballet de Londrina: Alessandra Menegazzo, Bruno Calisto, Claudio de
Souza, Giovana Machado, José Maria, José Ivo, Kamila Oliveira, Marciano Boletti, Nayara Stanganelli, Regina
Zama Altran, Thiago Spengler, Vitor Rodrigues, Viviane Terrenta
Nenhum comentário:
Postar um comentário