Ballet de Londrina abre temporada em
que une dois dos espetáculos de maior sucesso de sua trajetória. Obras propõem
coreografias para música de Piazzolla e Stravinsky
Potência
e vigor são características comuns aos dois espetáculos que o Ballet de
Londrina apresenta a partir deste fim de semana na cidade. As semelhanças,
entretanto, não vão além. A ideia do diretor Leonardo Ramos foi reunir no mesmo
programa duas obras intervaladas por 15 anos e que evidenciam o amadurecimento
da linguagem do grupo. As escolhidas: “... à Cidade” e “A Sagração da
Primavera”.
Elas
entram em cartaz neste sábado (22/mar.), às 20 horas, no Circo Funcart (Rua
Senador Souza Naves, 2380). As apresentações seguem até o dia 6 de abril,
sempre aos sábados e domingos, no mesmo horário. Os ingressos custam R$ 10 e R$
5 (meia-entrada), e podem ser adquiridos antecipadamente na secretaria da
Funcart. Mais informações pelo telefone (43) 3342-2362. A atividade marca o
início das comemorações da companhia pelos 80 anos de Londrina.
![]() |
| Foto “... à Cidade” – Fábio Alcover e Mariana Hertel / Divulgação |
“...
à Cidade”, coreografia original de 1996, foi remontada no fim do ano passado
para o espetáculo comemorativo de 20 anos do grupo. Ela reproduz nos corpos dos
bailarinos o vibrante movimento urbano, ao som do bandoneon de Astor Piazzolla.
Tudo é energia nesta composição: personagens que despencam de tecidos
suspensos, lances acrobáticos, o grito ensurdecedor de uma bailarina. O
cotidiano da metrópole pulsa em formações predominantemente coletivas e com
diagonais bem demarcadas.
O
efeito de velocidade se dá, na coreografia, pela multiplicação de imagens que
acontecem paralelas e que embaralham as vistas do espectador. “Na década de 90,
era o início da difusão da internet, da linguagem cortada do videoclipe, e este
caos está no espetáculo. O público gosta de rever para conseguir captar o
máximo de detalhes”, conta Leonardo Ramos. Para ele, é como se o espectador observasse
a cidade a partir da janela de um veículo em movimento – e a inspiração deste
centro urbano é Londrina. “Parto das minhas referências, das minhas paisagens.
Londrina está lá, por exemplo, na cor vermelha da iluminação, embora a
localização não seja evidente”, explica.
Já
“A Sagração da Primavera”, que estreou em 2011, se mantém no repertório pelo
sucesso contínuo desde então. A releitura londrinense da obra do compositor
russo Igor Stravinsky joga luz sobre a violência primordial do homem e dos
ciclos da natureza. O diretor conserva a trama original – uma mulher que é
escolhida entre as virgens para ser sacrificada e oferecida aos deuses em prol
da fertilidade agrícola – mas inova na forma de representar coreograficamente a
história. Movimentos agressivos e rentes ao chão contornam o jogo de perseguição
dos mais fracos pelos mais fortes.
“Os
dois trabalhos têm uma energia muito forte, mas é interessante notar como fomos
deixando de lado, com o tempo, tudo o que não é movimento, a ponto de termos em
‘A Sagração da Primavera’ um palco praticamente limpo. Executamos a música
dificílima de Stravinsky sem precisar de mais nada além da dança, sem depender
de apoios como cenários e figurinos elaborados”, analisa Ramos.
Na
concepção do diretor, as duas montagens, quando colocadas lado a lado, oferecem
um retrato estético da história do Ballet de Londrina. “O público terá uma
oportunidade única: confrontar dois momentos importantes e muito específicos da
companhia. São trabalhos com muitas diferenças, que mostram que, na década de
90, já existia qualidade e que ela foi se somando a uma singularidade”.
Ramos
também se refere à passagem dos movimentos verticais, mais convencionais e que
caracterizavam a primeira fase, ao desenvolvimento de coreografias
horizontalizadas, que impulsionaram os bailarinos a buscarem novos eixos de
equilíbrio e sustentação. Tal estética atinge o seu ápice em “A Sagração...” e é
considerada pela crítica como marca do Ballet de Londrina na dança brasileira.
A
temporada que se inicia neste fim de semana, ao colocar em revisão as duas
linguagens, fez com que o grupo adaptasse seu treinamento e retornasse a
antigos exercícios de preparação. “Os espetáculos exigem lógicas corporais
muito distintas e, mesmo para os bailarinos mais antigos, é muito difícil
dançar na vertical. Tornamo-nos especialistas naquilo que fazemos e precisamos
ampliar nossas especializações”, diz Leonardo. Além dos ensaios de “...à
Cidade” e “A Sagração da Primavera”, o Ballet de Londrina atualmente também
dedica-se à elaboração de nova montagem que estreia no segundo semestre. Após a
temporada, a companhia circula com o mesmo programa pelo Brasil.
Ensaios
abertos – Para os que têm interesse em conhecer o processo
de criação do Ballet de Londrina, o grupo abre os seus ensaios ao público todas
as quartas-feiras, a partir das 10h30. Após a passagem técnica dos espetáculos
do repertório, o elenco e o diretor ficam à disposição dos visitantes para um
bate-papo a respeito das rotinas da companhia e da significação das obras. A
entrada é gratuita e precisa ser agendada antecipadamente pelo telefone (43)
3342-2362. O limite é de dez espectadores por ensaio.
Renato
Forin Jr. / Assessoria de Imprensa Funcart
Serviço:
Temporada do Ballet
de Londrina
“...à Cidade”
e “A Sagração da Primavera”
De
22 de março a 6 de abril
Aos
sábados e domingos
Às
20 horas
No
Circo Funcart (Rua Senador Souza Naves, 2380)
Ingressos:
R$ 10 e R$ 5 (meia)
Informações:
(43) 3342-2362
Ficha técnica geral:
Direção geral/coreógrafo:
Leonardo Ramos
Direção de produção: Danieli
Pereira
Direção técnica: Roberto
Rosa
Ensaiador: Marciano
Boletti
Assessoria de imprensa: Renato Forin Jr.
Web: Claudio de
Souza
Elenco Ballet de Londrina: Alessandra Menegazzo, Bruno Calisto, Claudio de
Souza, Giovana Machado, José Maria, José Ivo, Kamila Oliveira, Marciano Boletti, Nayara Stanganelli, Regina
Zama Altran, Thiago Spengler, Vitor Rodrigues, Viviane Terrenta
.jpg)

Nenhum comentário:
Postar um comentário