Matheus Nemoto é o quarto aluno da Funcart
a ingressar na sede brasileira da mais tradicional instituição de dança do
mundo
A
Escola Municipal de Dança de Londrina tem se destacado como um celeiro de
talentos do balé clássico. Nos últimos três anos, quatro dançarinos da Fundação
foram aprovados nas concorridas audições da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil,
única sede da instituição fora da Rússia. O mais novo pé-vermelho que prepara
as malas para Joinville (SC) é Matheus Nemoto, que superou mais de 450
concorrentes do Brasil e do exterior. A seletiva aconteceu durante o Festival
de Joinville, no final de julho.
“Foi
uma felicidade muito grande quando vi meu nome no site. No ano passado eu já
tinha tentado, mas estava no balé há só um ano e não consegui entrar. Foi um
trabalho físico grande desde então e deu certo”, conta Nemoto. O bailarino
pratica cerca de oito horas diárias de dança na Funcart. Além das aulas de
clássico, ele também acompanha os ensaios do Ballet de Londrina (companhia
oficial da cidade), participa dos ensaios de espetáculos da Escola Municipal de
Dança e frequenta projetos como o Dança nas Escolas e o Faces de Londrina.
Tanta
dedicação somada ao talento tem feito Matheus colher bons frutos. Exatamente um
mês antes da conquista em Joinville, o londrinense de apenas 17 anos já tinha
sido eleito o melhor bailarino da Mostra Paranaense de Dança, festival
promovido pela Associação de Bailarinos e Apoiadores do Balé Teatro Guaíra (ABABTG),
de Curitiba. O ingresso na Escola do Teatro Bolshoi, no entanto, foi a
realização de um sonho. “É uma formação completa, porque eles oferecem formação
em história da música, história da dança, teatro, sem contar os ensaios de
clássico e de contemporâneo”, explica o bailarino.
Seleção
– As audições do Bolshoi Brasil são conhecidas pelo rigor na avaliação física e
artística dos candidatos. A seleção inclui duas etapas. A primeira é a
“médica-fisioterápica”, em que os bailarinos passam por testes em que são
analisados aspectos como musculatura, articulações, postura, habilidades motoras
e percentual de massa corpórea. A segunda fase é chamada “artístico-musical e
cognitiva”, em que entram quesitos como musicalidade, força, projeção cênica e
desempenho intelectual.
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Foto: Renato Forin Jr.
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“Percebi,
no teste, como a formação com os professores aqui de Londrina me auxiliou.
Muitos dos exercícios da audição eu já tinha praticado na Funcart e, por isso,
sabia exatamente o que eles estavam propondo. Vi que estava indo bem quando um
dos professores do Bolshoi me apontou como exemplo durante a execução, mas não
contei vantagem. Só fui acreditar quando vi meu nome na lista”, recorda
Matheus.
Segundo
Sônia Secco, coordenadora da Escola Municipal de Dança, o expressivo número de
alunos da cidade com destaque na dança é consequência do empenho de tantos
profissionais dedicados à prática e ao ensino da arte nas últimas décadas. “A
melhor característica da Funcart é ter desenvolvido um programa técnico que
pode ser aplicado em todos os perfis de alunos. Os professores estão preparados
para detectar diferentes potencialidades e, assim, obter resultados específicos
em cada um deles, inclusive revelando e preparando talentos natos, como é o
caso do Matheus”, explica.
Outros
fatores contribuem para o destaque de Londrina na dança nacional. Sônia cita a
seleção de potenciais alunos de balé nas instituições públicas de ensino
(projeto Dança nas Escolas), a seleção de bolsistas (cerca de 80% dos
bailarinos da Funcart têm bolsa parcial ou integral), além do exemplo de
sucesso do Ballet de Londrina e da efervescência criativa propiciada pelo
Festival de Dança.
As
aulas de Matheus no Bolshoi Brasil começam em fevereiro de 2015, quando ele deve
mudar-se para Joinville. Todos os ingressantes recebem da instituição
acompanhamento médico, uniformes e alimentação durante o período das
atividades. É exigido dos alunos dedicação e rígida disciplina. Parte dos
professores que lecionam na sede brasileira vieram do Bolshoi de Moscou.
Renato Forin Jr. (assessoria de imprensa)
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