Ao longo de
dez dias, o 11º Festival de Dança de Londrina levou ao palco do Circo Funcart e
a espaços abertos da cidade um público estimado em 8 mil pessoas
No domingo
(13/out.), o maior palco a céu aberto de Londrina recebeu bailarinos clássicos
e contemporâneos para a apresentação de encerramento do Festival de Dança 2013.
A “Noite dos Clássicos”, no Anfiteatro do Zerão, apresentou para um público
numeroso e atento “A Sagração da Primavera”, do Ballet de Londrina, a “Suite
Dom Quixote”, da Escola Municipal de Dança (Londrina), e o grand pas de deux
“Diana e Acteon”, da Cia Jovem da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil
(Joinville-SC).
Noite dos Clássicos no Zerão - fotos de Fábio Alcover e Mariana Hertel |
Na mesma noite, o cerimonial reuniu a
coordenadora do Festival Danieli Pereira, o presidente de honra Leonardo Ramos,
a secretária municipal de cultura Solange Batigliana e, representando o
prefeito Alexandre Kireeff, o vice-prefeito Guto Bellusci. Também subiram ao
palco os patrocinadores Élcio José Coelho de Lara, superintendente regional da
Caixa Econômica Federal, e Paula Sandreschi Victor, analista técnica de cultura
do Serviço Social da Indústria (SESI).
Durante a cerimônia, o presidente de
honra explicou que o Festival é “parte de um quebra-cabeça maior que tem a
intenção de tornar a linguagem da dança acessível aos 500 mil habitantes da
cidade”. Já o vice-prefeito abordou a
vocação londrinense para os Festivais - “a gente mostra o caminho para o
desenvolvimento artístico do Brasil”. A coordenadora Danieli Pereira agradeceu
o público, que, em massa, prestigiou os dez dias dedicados à arte do movimento.
“Sem dúvida, foi uma edição histórica do evento, que pretende cada vez mais
quebrar as barreiras entre as linguagens e ocupar toda a cidade de Londrina”,
enfatizou.
Edição histórica – São vários os motivos que levam a organização a considerar a 11ª edição
um marco na trajetória do Festival de Dança de Londrina. A intensa programação
de espetáculos nacionais e internacionais, oficinas e mesas de debate
consolidaram a identidade do evento - marcada pelo diálogo entre as artes a
partir da dança e pelo intercâmbio de conhecimentos propiciado pela grade
didática.
A ocupação de espaços públicos,
voltando os olhos dos espectadores para questões da cidade, a reunião de montagens
de reconhecida qualidade e os preços acessíveis das atrações são outras características
que destacam o Festival londrinense no cenário dos eventos de artes cênicas do
sul do país.
“A realização de um Festival envolve
uma responsabilidade ética e estética. Basicamente, a nossa busca é propiciar o
acesso das pessoas à arte e permitir que estas experiências sejam marcantes e
transformadoras, que despertem novas posturas no que se refere à sua existência
individual e coletiva”, explica Danieli Pereira, coordenadora do evento há
quatro anos.
Em 2013, mais de 8 mil pessoas
assistiram aos espetáculos da programação artística e participaram da grade
didática. Ao todo, quinze companhias brasileiras e estrangeiras apresentaram-se
com sucesso de público e seis atividades formativas tiveram suas vagas esgotadas
em poucos dias. Os nomes de destaque da cena nacional e internacional atraíram
para a bilheteria, já no primeiro dia, uma fila de espectadores. Ingressos para
a montagem “Ave Maria”, do Odin Teatret (Dinamarca), acabaram em uma hora.
Master Class com Eugenio Barba (Odin Teatret) - fotos de Fábio Alcover e Mariana Hertel |
A presença do diretor Eugenio Barba e
da atriz Julia Varley, do lendário grupo dinamarquês, aliás, foi o grande
destaque da programação e selou as interfaces entre dança e teatro no
território cada vez mais híbrido das artes cênicas. A Cie À Fleur de Peau
(França) e Dancenema (Portugal) igualmente apresentaram espetáculos que
trouxeram fusões da dança com o circo, com as artes visuais e com a mímica. A
montagem “Azul Infinito”, do grupo português, teve em Londrina a sua estreia
nacional e segue em turnê em 2014 por outros festivais brasileiros.
Da cena brasileira, passaram pelo
evento grupos e artistas dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São
Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. Na ausência do Teatro Ouro Verde,
incendiado no início do ano passado, e de outros espaços com estrutura adequada
à dança, o Festival utilizou o palco do Circo Funcart (com capacidade média
para 200 espectadores) e levou atrações a espaços abertos e alternativos.
Foi o caso do encerramento, com a
“Noite dos Clássicos” no Anfiteatro do Zerão, e da abertura - um dos destaques
da programação. Pela primeira vez em Londrina, o Grupo Ares, de São Paulo,
encenou “Tempo Suspenso” no dia 4 de outubro. A montagem de dança aérea foi
remontada a pedido da organização com elementos alusivos à cidade e projetada
para ocupar o histórico prédio da Casa da Criança, sede da Secretaria da
Cultura, há quatro anos em reformas.
Em razão do tempo chuvoso, a
apresentação de abertura teve de ser transferida para o interior do Royal Plaza
Shopping. Os bailarinos do grupo paulista atiraram-se dos últimos andares e
realizaram arriscadas performances no rapel, encantando as pessoas que se
posicionaram nos vários pisos do shopping. A canção “Londrina”, de Arrigo
Barnabé, integrou a trilha junto de clássicos como “Beatriz” (Chico Buarque e
Edu Lobo) e “Oração ao Tempo” (Caetano Veloso).
Outras iniciativas ousadas de
ocupação de espaços surpreenderam o público. O GEDA Cia de Dança, de Porto
Alegre (RS), transformou a parte interna da Biblioteca Pública Municipal de
Londrina para a apresentação de “Não me toque, estou cheia de lágrimas –
sensações de Clarice Lispector”. O espetáculo baseado na vida da escritora
levava os espectadores a percorrerem vários ambientes do prédio. De forma
inusitada, a bailarina terminava sua performance do lado de fora da Biblioteca,
na rua Rio de Janeiro, em direção ao Bosque.
El General no Zerão - fotos de Fábio Alcover e Mariana Hertel |
O feriado do Dia da Criança (12/out.)
foi animado por uma programação especial no gramado do Zerão. A diversão ficou
por conta do palhaço Rafael de Barros, em “El general”, e do Ballezinho de
Londrina, que relembrou trechos de espetáculos de seus 15 anos de estrada.
Ao propor como bandeira o diálogo
entre as linguagens e ao oferecer um eclético panorama da dança - do clássico
ao contemporâneo, das vertentes tradicionais ao hip hop - o Festival de
Londrina aglutinou públicos de diferentes interesses. Na programação didática,
o evento fomentou a reflexão e o intercâmbio de ideias não só com o imenso
contingente de estudantes e profissionais da dança em Londrina, mas também com
alunos de artes cênicas, atores, professores, performers e pessoas que buscam a iniciação nas artes do palco.
O encerramento do evento neste dia 13
marca o término da mostra oficial de outubro, mas não põe fim à programação,
que pretende ampliar-se com as “Extensões” do Festival de Dança. A ideia é
implementar a agenda cultural da cidade oferecendo ao público espetáculos,
palestras e oficinas em outros momentos do ano.
A primeira Extensão aconteceu no mês
de maio, quando, em um mesmo final de semana, o Festival reuniu em Londrina
Jean-Jacques Lemêtre, mestre da música do Théâtre du Soleil (França), e o
coreógrafo mineiro Vanilton Lakka, referência na pesquisa inventiva com o hip
hop na ocupação da cidade.
Renato Forin Jr. / Assessoria de Imprensa Festival de Dança
O 11º
Festival de Dança de Londrina aconteceu de 4 a 13 de outubro de 2013.
O Festival é
uma realização da APD (Associação dos Profissionais de Dança de Londrina e
Região Norte do Paraná). Apoio institucional: Funcart. Patrocínio: Programa
Municipal de Incentivo à Cultura (PROMIC); Caixa Econômica Federal e SESI.
Apoio: Loja Shop Ballet; Rádio UEL; College Language Center; Casa de Cultura da
UEL / Divisão de Artes Cênicas; CLAC – Centro de Artes e Loja Balé Mania.
Informações: www.festivaldedancadelondrina.art.br
/ Fone: (43) 3342-2362
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