Dois irmãos,
bolsistas da Escola Municipal de Dança, são selecionados para integrarem o
Bolshoi no Brasil. Aluna também foi convidada a participar da Cia de Dança
Sesiminas, de Belo Horizonte
A Escola Municipal de Dança
reafirma-se como celeiro de talentos na arte do movimento. Os londrinenses que
embarcaram este ano para o Festival de Dança de Joinville (SC) trouxeram na
mala importantes conquistas. Os gêmeos Higor Vargas e Hugo Vargas, alunos do 7º
ano da Funcart e integrantes do Ballezinho de Londrina, participaram da
acirrada audição da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil e foram selecionados
como bolsistas desta que é a mais tradicional instituição de ensino de dança no
mundo.
Bailarinos da Escola Municipal de Dança (foto de Renato Forin Jr.) |
Os irmãos concorreram com 442 jovens
do Brasil e do exterior. Destes, apenas treze ganharam vaga. A seletiva
aconteceu no dia 24 de julho, dentro da programação do Festival de Dança de
Joinville. Higor conta que os dois foram até Santa Catarina para uma oficina de
técnica clássica masculina e, chegando lá, resolveram se inscrever na audição.
Eles passaram por uma série de testes físicos, de flexibilidade, de postura,
além dos chamados exercícios técnicos na barra. “Eu nem me toquei ainda que
passei no Bolshoi. É uma seleção bem difícil; muitos tentam e poucos passam. A
gente viu muita gente sair chorando”, lembra Hugo.
Higor e Hugo têm até o final do ano
para se acostumarem com a ideia da nova vida em Joinville, já que as aulas
começam em fevereiro de 2014. Com duração de oito anos, o curso no Bolshoi
oferece ampla formação humanística ao bailarino – além das aulas de balé, a
grade inclui disciplinas como história da arte, teatro e música. Todos os
ingressantes são bolsistas integrais, recebem da instituição acompanhamento
médico, uniformes e alimentação durante o período das atividades. Exige-se dos
alunos dedicação e rígida disciplina. Parte dos professores que lecionam na
sede brasileira vieram do Bolshoi de Moscou.
Os jovens londrinenses devem ingressar
no 6º ano de formação. Hoje com 17 anos, os irmãos dançam desde os 12 na Escola
Municipal. Por aqui, já dedicam a maior parte do tempo à arte. Higor explica
que eles acordam às 6 horas, frequentam a escola regular no período da manhã,
pegam ônibus do bairro Interlagos até a Funcart pouco depois do almoço e fazem
aulas e ensaios das 14 às 20 horas todos os dias. “É bastante tempo de
dedicação, mas eu adoro dançar, nunca pensamos em ser outra coisa”, diz Hugo.
O talento parece ser de família. O que
levou os gêmeos a procurarem a dança foi o exemplo do irmão mais velho – o
bailarino Anderson Braz, que já integrou o Ballezinho e o Ballet de Londrina e
há quase uma década destaca-se no exterior. Atualmente, Anderson é bailarino da
Maria Kong Dancers Company, de Israel. “Nosso irmão é um espelho e, por ele,
minha mãe sempre nos influenciou bastante. Queremos viver da dança como ele”,
planeja Hugo.
Bailarinos da Escola Municipal de Dança (foto de Renato Forin Jr.) |
Para arcar com as despesas dos irmãos
ao longo do curso em Joinville, principalmente hospedagem, alimentação fora dos
horários de aula e transporte, a Funcart iniciou uma campanha em busca de
patrocinadores e doadores voluntários. Interessados podem entrar em contato com
a instituição pelo telefone (43) 3342-2362.
No
ano passado, outro bailarino da Funcart, Pedro Frizon, entrou para a Escola do
Bolshoi no Brasil.
Eleita
para companhia mineira – A participação no Festival de Joinville 2013
também mudou a vida de Priscila Santana, aluna do 7º ano da Escola Municipal de
Dança de Londrina. A bailarina matriculou-se no curso de balé clássico
intermediário da professora Cristina Helena no evento catarinense. Ao perceber
o ótimo desempenho de Priscila entre os 40 alunos da oficina, a ministrante
convidou-a para fazer parte do elenco da Cia de Dança Sesiminas (de Belo
Horizonte), da qual é coreógrafa.
“Eu
não esperava pelo convite da Cristina Helena. Vai ser muito importante para a
minha carreira, vai abrir um leque de possibilidades, vou poder fazer aulas com
profissionais muito bons”, salienta a bailarina. Com 23 anos de existência, o
grupo mineiro tem um trabalho de referência no resgate do balé de repertório.
Seu lema: levar espetáculos para públicos de variadas classes sociais e a
espaços de difícil acesso.
Foi
num projeto sociocultural que Priscila descobriu a dança. Aos 18 anos, moradora
da Zona Norte, ela viu no projeto Faces de Londrina a possibilidade de
dedicar-se a uma paixão. Desde então, estudou por sete anos como bolsista da
Funcart e hoje mostra que nunca é tarde para realizar um sonho. “Eu penso que
todo o esforço vale a pena quando subo no palco. Eu acredito muito em Deus e
acho que foi ele que preparou isso para mim – comecei aos 18 anos e olha só
onde cheguei aos 25”, comemora.
Priscila
participa da temporada da Escola Municipal de Dança em setembro e, logo na
sequência, embarca para Minas Gerais. Hugo e Higor participam, além das
apresentações desta temporada, do espetáculo “Dom Quixote” – montagem de final
de ano que a Funcart apresenta no Ginásio Moringão em novembro.
Renato Forin Jr. / Assessoria de Imprensa
Funcart
Pas de Trois do Lago:
Hugo Vargas, Nayra Nishikawa, Regina Altran
Solo A Bela adormecida
Priscila Santana
Nenhum comentário:
Postar um comentário