Depois
de dois anos ausente dos palcos paulistanos, o Ballet de Londrina se apresenta
no Teatro Sérgio Cardoso no final de semana. Grupo rompe bloqueio natural
provocado pela falta de salas e agenda lotada dos teatros de São Paulo e se
firma como uma das duas mais importantes companhias do Sul do Brasil
Com os olhos do mundo voltados não só para a economia
brasileira, mas também para a produção cultural, é cada vez mais fácil a
realização de turnês de companhias, como a Ballet de Londrina, na Europa do que
em São Paulo. Faltam salas e a agenda de programação dos teatros lotada o ano
inteiro inviabilizam apresentações de grupos do interior na capital paulista.
Porém, o reconhecimento de público, crítica e o profissionalismo do elenco
londrinense - sob o comando do diretor e coreógrafo Leonardo Ramos – conseguem
romper esse bloqueio natural ao que se produz Brasil afora.
Foto Luis Adriana |
A Companhia Ballet de Londrina é uma das que mais
circulam com espetáculos no Brasil e exterior, se apresentando em 2012 pela
primeira vez na França. América do Sul, Caribe e África também fazem parte do
roteiro de apresentações do grupo.
A constatação de que é mais fácil realizar temporadas
internacionais é inevitável não só para o diretor Leonardo Ramos, como para outros
produtores do interior que queiram levar espetáculos para a capital paulista.
Na contramão dessa barreira natural, a Companhia Ballet
de Londrina é destaque da programação de São Paulo neste final de semana,
apresentando sábado e domingo, no Teatro Sérgio Cardoso, as coreografias Petrouchka e A Sagração da Primavera.
A apresentação faz parte do programa Teatro de Dança, da
Secretaria de
Estado da Cultura de São Paulo, gerenciado pela
Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA).
“Houve uma redução grande na programação de dança do
Sesc, em São Paulo, que costumava levar companhias para a capital paulista,
privilegiando um programa mais voltado para a música popular. Também vivemos um
período de crescimento do gênero musical, que está destacando mais uma
programação voltada para o entretenimento do que para a produção artística. Com
isso ficou mais fácil companhias de danças brasileiras se apresentarem na
Europa do que para o público paulistano”, explica Ramos.
Quando conseguem furar esse bloqueio cultural, os grupos
têm à disposição salas, como o Teatro Sérgio Cardoso que, diferente da escassez
de espaços na maioria das cidades do País, conta com uma infraestrutura
excelente, com salas de ensaios e camarins para grandes companhias.
Essa tendência do mercado cultural paulistano e do Rio de
Janeiro, que privilegia gêneros, como os musicais e o stand up comedy – que se
tornou outra febre que lota as salas de apresentações – faz com que projetos, a
exemplo do Teatro de Dança, se tornem ainda mais importantes para temporadas de
espetáculos do interior em São Paulo.
Ainda assim não é fácil incluir sempre a capital paulista
no roteiro de turnês nacionais.
“O Ballet de Londrina apresentou Nunca em São Paulo no ano de 2001. Com a interrupção dos projetos
do Sesc, a Cia teve uma janela de apresentação na capital paulista até 2007 ao levarmos
Decalque. Em 2009 apresentamos Para Acordar os Homens e Adormecer as
Crianças. Somente agora conseguiremos voltar a São Paulo. A temporada
acontece com um atraso de dois anos. Esperamos o mesmo retorno que tivemos em Decalque com críticas favoráveis de
Helena Katz, no Estadão. A apresentação foi gravada pela TV Sesc e exibida para
todo o país”, destaca o diretor.
Ramos acrescenta ainda que a seleção do grupo londrinense
para programas, como o Teatro de Dança, que tem curadoria de Cassia Navas, abre
a possibilidade para outras apresentações pelo país.
O programa realiza também o Plataforma de Dança, evento
que é uma vitrine da produção em dança. A Companhia Ballet de Londrina sempre
se faz presente através da participação do diretor londrinense, como convidado.
A trajetória do grupo londrinense, que para o ano que vem
prevê uma nova turnê pelo Nordeste, revela o trabalho de bastidores da Fundação
Cultura Artística de Londrina (Funcart) que, em 2013, completará 20 anos.
Confirma ainda o Ballet de Londrina como uma das duas
principais companhias de dança do Sul do Brasil, mantendo um ritmo de produção
e circulação semelhante aos de elencos da própria capital paulista, Rio de
Janeiro e Belo Horizonte.
Mais
Confira o que já foi publicado na imprensa paulistana
sobre a temporada do final de semana em São Paulo:
Serviço:
Ballet de Londrina
"Petrouchka"
Intervalo
"A Sagração da Primavera"
Dias 10 e 11 de novembro às 19 horasTeatro Sérgio Cardoso
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