quarta-feira, 23 de maio de 2012

Escola de Teatro estreia "Quando Esquecemos Quem Somos"


Quando esquecemos quem somos
O elenco juvenil da Escola Municipal de Teatro encena espetáculo sobre violência doméstica, que será apresentado neste final de semana em Londrina

Existe uma fragilidade na vida. Um limite humano que não pode ser esquecido. “Quando esquecemos quem somos”, espetáculo da Escola Municipal de Teatro (EMT) , que estreia sexta-feira (25), com reapresentações sábado (26) e domingo (27), às 20 horas, no Circo Funcart, rompe essa fronteira, revelando que o preço pode ser a violência.
O nome da peça faz uma alusão à frase “Na violência, esquecemos quem somos”, de Mary MacCarthy, uma das mais irreverentes e destacadas intelectuais estadunidenses dos últimos tempos, condensando o enredo que trata dos abusos dos que deveriam amar e proteger.
A direção é de Silvio Ribeiro e texto de Francismar Lemes, que assina pela primeira vez uma peça teatral a convite do diretor.
A violência doméstica é algo distante para muitas famílias, mas pode se esconder nas aparências, já que os que a praticam, geralmente, são os mais próximos.
A montagem foi criada a pedido da Secretaria Municipal de Assistência Social para o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
 A peça traz um elenco jovem, que encena o tema, a violência doméstica, que ainda é tabu e que tanto os que sofrem ou praticam evitam comentar por medo ou vergonha.
“Entre todas as formas de violência, a doméstica é uma das mais tristes, como o próprio texto da peça destaca. Poderíamos ter escolhido um elenco de atores mais velhos, mas optamos por adolescentes com uma média de idade de 13 anos porque queríamos tornar a discussão mais leve. Com o repertório de Plínio Marcos, que já montei, teríamos condições de produzir um espetáculo mais denso, mas fizemos outra opção”, afirma o diretor Silvio Ribeiro.  
Sutilmente, na peça, a violência se instala numa família. É quando cada um esquece quem é, os valores, desejos e sonhos, para se sujeitar ao violentador e medo.
Os personagens representam o tradicional estilo de vida familiar. Um casal e filho acompanham o próprio progresso financeiro e social, através da compra de bens, como um novo aparelho de televisão, e o relacionamento com os vizinhos.
Porém, nada é o que aparente e o conflito se instaura à medida que os personagens se revelam.
“Fiquei mais tranquilo ao abordar o tema com o empenho do elenco à proposta do espetáculo. Fizemos alguns laboratórios para discutirmos qual a visão dos atores sobre a violência para que mergulhassem em uma situação também de tristeza já que, nessa idade, geralmente em teatro trabalhamos com temas mais brandos”, comenta Ribeiro.
A trilha sonora assinada ainda pelo diretor, que inclui desde “Love in the air” (John Paul Young), a “Klint-Diamond” (trilha do filme Snatch, 2000), “Dead Already”, de Thomas Newman (trilha do filme Beleza Americana, 1999) e “Tenebroso”, de Ernesto Nazareth, desenha o quadro da tragicomédia, assim como os figurinos de Ana Carolina Ribeiro, inspirados em desenhos animados.
“O espetáculo tem ainda uma versão de ‘Love is in the air’ do Estúdio Casa 2, com uma pegada mais de jazz, produzida especialmente pelo músico Rodrigo Figueiredo”, destaca Ribeiro.
Participam do elenco os atores convidados Ana Carolina Di Giorgi, que também é psicóloga, e o ator José Motta.
“Os dois são os mais velhos do elenco. A Carolina trabalha com população de risco e ajudou muito na análise das cenas e como reproduzir os diálogos. O José na parte de técnica circense”, acrescenta Ribeiro.
Técnicas de circo
Para a peça, o elenco de 12 atores precisou aprender a manipular bolas de contato, um aparelho utilizado em números de malabares. O ator José Motta, fez um intensivão com o grupo para que, em um pouco tempo de ensaios, pudesse executar os movimentos. Além de criar um clima de ilusão e magia no palco, as bolas de contato despertam várias metáforas do texto.

Ficha Técnica – Quando Esquecemos quem somos

Texto: Francismar Lemes

Direção: Silvio Ribeiro
Assistentes de direção: Ana Carolina Di Giorgi e José Motta.
Produção: Fernanda Fernandes
Figurino: Ana Carolina Ribeiro
Cenotécnico: Dan Bueno.
Iluminação: Luiz Eduardo Pires / Dan Bueno
Professor de bola de contato: José Motta
Versão de “Loves is in the air”: Rodrigo Fgueiredo
Fotografia: Renata Cabrera
Elenco:
(Alunos da Escola Municipal de Teatro de Londrina)
Beatriz Gaiguer
Christian Fernandes
Christopher Fernandes
Diego Henrique dos Santos
Filipe Garcia
Isadora Borian
Kelvin Fernando de Melo
Larissa Azevedo
Manu Garcia
Pedro Lima
Vitor Lafranchi
José Motta.


Atores Convidados: Ana Carolina e Di Giorgi
Serviço:
Quando: 25, 26 e 27 de maio
Horário: 20 horas
Onde: Circo Funcart, Rua Senador Souza Naves, 2380
Entrada: franca


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